Ao mesmo tempo, contudo, é uma oportunidade para refletir o momento em que a série se encontra e o que deve fazer em seguida. Nesse sentido, Black/White 2 serve muito mais como um "Pokémon Gray" do que uma sequência real, inclusive com a sua própria versão da Battle Frontier, aqui apresentada como Pokémon World Tournament. Apenas um problema de comunicação.
Black/White 2 se passa 2 anos após o original. O que conhecíamos de Unova está essencialmente intacto: um ou outro prédio mudou de lugar, alguns ginásios desapareceram, mudaram seu interior ou foram substituídos por ginásios de outros tipos, mas as cidades possuem essencialmente o mesmo layout. Há, porém, vários locais novos, como Aspertia City e Virbank City, que, se não são suficientes para dar uma atmosfera diferente do jogo anterior, ao menos são bonitos e se adaptam perfeitamente aos antigos. É um belo cenário, contendo desde metrópoles gigantescas até pequenas vilas pastoris, e ainda é um alívio poder andar por aí em um Pokémon praticamente sem usar HMs. Então, a Game Freak resolve contar uma história.
Narrativa nunca havia recebido grande atenção em Pokémon. Isso mudou - ou, melhor dizendo, ensaiou uma mudança - em Black/White 1, quando, além de ser uma história mais profunda tematicamente, também era, comparativamente falando, muito melhor desenvolvida. Assim, é um tanto decepcionante ver que o que parecia ser uma forte ambição tornou a ser algo apenas de suporte. Alguns dos personagens mais promissores do primeiro jogo praticamente desapareceram e o que antes era uma tentativa de discutir um tema relevante no universo da série - a relação entre humanos e pokémon - agora é apenas uma mensagem martelada na sua cabeça durante toda a jornada principal. Simplesmente sair por aí desafiando os líderes de ginásio e por fim a E4 ainda é a maior motivação e não há nada de errado nisso, mas seria interessante um experimento maior na narrativa da série.
Em termos de funcionalidades, há poucas, mas interessantes, novidades. A Join Avenue adiciona um pedaço de Animal Crossing a Pokémon, permitindo que o jogador administre uma avenida, conversando com as pessoas que por ali passam para abrir lojas ou visitar as já existentes. O elemento especial aparece quando você percebe que, fora os NPCs, todos os que passam por ali são pessoas reais com as quais você interagiu de alguma forma, como batalhando online ou trocando Pokémon. Além da Join Avenue, o supracitado Pokémon World Tournament pode ser uma reformulação da Battle Frontier, mas a sua apresentação e estrutura muito mais enxuta torna a experiência muito mais agradável do que as suas análogas. Também há um estúdio (tão útil quanto uma Magikarp nível 1) em que é possível filmar batalhas e encher de enfeites para parecer um filme de baixo orçamento. Além disso, há um Challenge Mode e um Easy Mode, que, obviamente, aumentam e diminuem a dificuldade, mas que misteriosamente não estão habilitados desde o início. O ambiente online, entretanto, continua com exatamente as mesmas opções, incluindo o Dream World.
Pokémon Black/White provou que o DS ainda tinha algo de novo para oferecer mesmo com quase sete anos de idade. Pokémon Black/White 2 nos lembra de todas as limitações do console, uma por uma. Ainda assim, é uma jornada - como sempre - agradabilíssima. Afinal de contas, é Pokémon, e a mistura perfeita de progressão nivelada e colecionáveis sempre terá um apelo gigantesco. Unova pode não estar mais tão nova assim, mas ainda tem muito charme.
Nota Final:8,5
Prós:
- O visual foi melhorado, com cidades mais vivas e personagens mais bem animados;
- Há muita (muita mesmo) coisa pra se fazer;
- As medals são uma adição bem interessante e desafiadora;
- O Pokémon World Tournament é divertido e acrescenta grande valor à experiência.
- Contras:
- A sensação é praticamente a mesma de B&W;
- O game está um pouco mais fácil.
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